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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A última Ceia

Encontrei o texto abaixo no livro "Projeto de Vida" de Dom Eduardo Pinheiro. Gostei muito e resolvi publicar no Blog. É uma boa reflexão.

Você conhece a famosa pintura de Leonardo da Vinci chamada “A última ceia”? Conta-se que para executá-la, Leonardo decidiu procurar 13 modelos masculinos diferentes, um para cada discípulo e um para posar como Jesus. E assim começou uma longa busca.
Certo dia, durante a Missa, Leonardo ouviu uma música angelical. Ao se voltar para o coro, seu olhar se encontrou com o de um jovem que correspondia exatamente à imagem de Jesus. Terminada a missa, Leonardo convidou o jovem para posar. Na semana seguinte, o rapaz passou quatro dias posando no estúdio de Leonardo, em Milão.
Ao fim de 11 meses, Leonardo havia encontrado e pintado todos os personagens da cena, à exceção de Judas. Durante 11 anos, o artista vagou em vão pelas ruas da cidade em busca de um homem que encarnasse a imagem que fazia de Judas.
Leonardo finalmente concluiu que devia procurar nas prisões de Milão, um homem que tivesse dor e raiva nos olhos, uma áspera impaciência no rosto, cicatrizes de orgulho e amargura nas faces e carregasse a marca do fracasso – um homem que, aos seus olhos, se parecesse com Judas.
Ao encontrar o homem que procurava, obteve licença para levá-lo para posar em seu estúdio. Logo, Leonardo percebeu que o prisioneiro dava sinais de inquietude e angústia e olhava para ele, depois para a pintura, com uma tristeza cheia de remorso.
No meio do segundo dia, perturbado com o comportamento do seu modelo, o artista lhe perguntou:
- Há algo errado? Você não está gostando do meu trabalho? Você parece bastante perturbado. Se eu estou lhe causando algum sofrimento, é melhor pararmos.
O homem olhou para o mestre e para a pintura uma vez mais. Depois afastou o olhar, abaixou a cabeça, levou as mãos ao rosto e começou a chorar inconsolavelmente. Levantou a cabeça, olhou o artista nos olhos e perguntou:
- O senhor não me reconhece mestre?
Confuso, Leonardo retrucou:
- Não. Acaso nós nos conhecemos?
- Oh, sim – respondeu o prisioneiro. – Há 11 anos eu posei para este mesmo quadro. Eu fui o modelo para Jesus

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