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quinta-feira, 25 de março de 2010

Missionário na Amazônia

Tenho a honra de tornar público a entrevista que fizemos com o Ir. José Aparecido Carloto, sdb, ou somente Ir. Zezo, como é mais conhecido sobre sua experiência missionária que iniciou este ano na Amazônia junto aos índios Ianômami no extremo norte do Brasil.
Ir. Zezo, fale um pouco sobre seu histórico de vida e como surgiu o ardor missionário.
Sou religioso Salesiano, Irmão Coadjutor da Inspetoria de São Paulo, tenho 47 anos e estou no tirocínio. Foi-me permitido fazer esta experiência na Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia. Sou de uma família de 9 irmãos, pai e mãe, todos vivos graças a Deus. De 1968 à 1975 fui oratoriano em Piracicaba, cidade natal. Naquela época, embora ninguém acredite, jogava muito bem futebol. Fiz minha primeira eucaristia na Capela do Colégio Dom Bosco Cidade Alta, aos 22 de dezembro 1970. Em 1976 fomos viver em São Carlos, onde participava ativamente das atividades da Igreja: grupos de jovens, catequese, liturgia, comunicação. A missa diária, sempre que possível, foi um valor. Penso que foi desta vida que nasceu o ardor missionário. Deus chama, se estamos atentos podemos escutá-lo... Fui seminarista Passionista de 1979 a 1983. Nessa época, já estava me preparando para ser missionário - os Passionistas começavam a enviar os primeiros missionários à Amazônia. Saí, pois, eles desistiram das missões, temporariamente. Em casa, trabalhei, estudei e continuei a participar da Igreja. Resumindo, no dia 1º de outubro de 2004, dia de Santa Terezinha do Menino Jesus, padroeira das missões, quando trabalhava como educador numa obra salesiana em São Carlos-SP, depois de uma conversa com Dom Vilar, iniciou-se uma caminhada junto a esta Congregação. O desejo, desde a muito, é de um dia viver no continente africano.
Na sua atual situação quais são as maiores dificuldades que você encontra e o que te dá forças para enfrentá-las?
Bom, é só o início de um processo de conversão. Preciso deixar-me converter por este povo Ianomami, indígenas que vivem em Maturacá, que está situado dentro do Parque Nacional Pico da Neblina acima da linha do Equador. 
A dificuldade primeira é com o ambiente de floresta e rios, do qual não estava acostumado: sempre vivi na cidade. Uma necessidade e desafio é aprender o idioma Ianomami, pois facilita a compreensão da cultura e o contato com eles - embora eles falem português com certa limitação. A força vem de Deus e a sabedoria também, por isso, é necessário rezar, rezar e rezar: ouvir Deus falar, ser obediente ao que Ele pede. Espero aprender isso. Rezem pelos missionários! 
A força para viver esta experiência vem do próprio Deus, que quando nos chama está sempre presente, de diversos modos, assim como do exemplo de tantos que viveram essa “aventura” de amar incondicionalmente as pessoas.
Ir. Zezo você poderia descrever como é a comunidade (aldeia, tribo) onde você mora?
Vivo em uma comunidade salesiana missionária em Maturacá, quase divisa com a Venezuela, e que pertence à diocese de São Gabriel da Cachoeira. É bem no extremo norte do país – no mapa, próximo a cabeça do cachorro, como é conhecido. São dois Xabonos (aldeia): Maturacá e Ariabú. Estes índios Ianomamis, amistosos e guerreiros, vivem em vários lugares: Santa Isabel (Marauiá), 10h dia de viagem de voadeira, (uma canoa com motor) daqui; estão em Roraima, na Venezuela, no Maiá... Ianomami significa “povo guerreiro que nasceu do sangue da lua flechada”. Aqui é paróquia e escola de ensino fundamental: Escola Estadual Indígena Imaculada Conceição. As aulas vão começar dia 05 de maio, pois a escola esta sendo reformada. É uma bela escola, novinha e têm 12 salas de aula, 1 laboratório de informática, 1 sala para o Ensino Médio tecnológico (ensino à distância) e 1 biblioteca 8x6 m², diretoria, secretaria, sala de professores, além de uma quadra poliesportiva coberta, também novinha. Tudo isso numa região cercada de montanhas e da floresta Amazônica, aonde só se chega de voadeira ou de avião. Os avanços que este povo fez, existem porque muitos salesianos doaram suas vidas, sem medir esforços.
Você poderia deixar uma mensagem para os leitores do blog.
Você que lê esta pequena entrevista, ainda que por curiosidade, acredite que para todos Deus propõe, nunca impõe um caminho que é: escuta, discernimento, intimidade com Deus e decisão. Não desista de seus sonhos! Deus sempre estará contigo e, como disse Maria a Dom Bosco, “a seu tempo tudo compreenderás.” Aqui estou buscando compreender a vontade de Deus. E como Disse Dom Walter Ivan de Azevedo: Bispo salesiano emérito de São Gabriel da Cachoeira: "Vocês são os braços de Cristo, através de seu braços Ele que dar um abraço em todos os povos, um abraço de perdão e de reconciliação, de amor e de acolhida..."
Paz e Alegria para todos,
Ir. José Aparecido Carloto (Zezo).
Recomendo a leitura:No Boletim salesiano nº 60, primeiro deste ano, há um artigo intitulado: “Sem missionário não há missão”.

2 comentários:

  1. Oi Pedro eu sou o Wilson Paiva de Amorim, Estou Registrando Imagens e videos, daqui da Região de Guajara-Mirim/Rondônia. Vamos fazer Uma Parceria na Obra MIssionaria e ganhar muitas almas pra jesus. Me ajude a fazer esta divulgando oque estamos fazendo por aqui nesta região.

    Acesse meu blog -->
    http://amorimmissionario.blogspot.com/

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  2. A paz de CRISTO amado gostaria de INDICAR um site, para que juntos se regozigemos na palavra de DEUS.

    WWW.CONVERTIDOS.COM.BR

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